Filipenses
Esta é uma das cartas mais pessoais do
apóstolo Paulo. Basta que observemos a freqüência da construção verbal da
primeira pessoa do singular. O apóstolo escrevia a um grupo de amigos aos quais
amava profundamente. Esta carta não se presta com facilidade a um esboço
sistemático. Nela destaca-se com caracteres nítidos a solicitude de Paulo por
estes crentes. Escreve-lhes, não tanto como o apóstolo fundador da igreja em
Filipos, mas como seu pai em Cristo. Observa-se a diferença na saudação: não
diz aqui "Paulo, apóstolo...", sua introdução costumeira; diz, antes.
"Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo...".
A nota dominante desta breve epístola
é a alegria. E esta nota se faz mais notável ainda se levarmos em conta o fato
de que Paulo a escrevia da prisão. As circunstâncias imediatas que rodeiam o
crente não devem constituir-se em fatores que determinem sua atitude com
respeito à vida em geral.
As notas gêmeas de humildade e
solicitude pelos outros também são muito evidentes. Em vista do que Cristo
realizou, não há lugar para a soberba no coração do filho de Deus. Em virtude
do profundo exemplo lançado por Cristo, seus seguidores jamais devem adotar
conduta egoísta.
Esta carta contém muito pouca teologia
no sentido habitual que se dá a este termo. Contudo, uma exceção digna de nota
é a grande passagem sobre a humilhação e exaltação de Cristo (2:5-11).
Igualmente, a carta proporciona pouquíssimas instruções sobre ética. A carta
contém advertências diretas e breves acerca dos que haviam causado ao apóstolo
tantas dificuldades em outros lugares (3:2), porém não se refuta o erro
teológico, nem se censuram com vigor as faltas dentro da igreja.
Autor:
Presentemente, a opinião quase
universalmente aceita é a de que Paulo foi quem escreveu esta epístola. Foi
escrita da prisão, porém não se menciona o lugar onde estava dita prisão. Três
localidades têm sido sugeridas: Roma, Cesaréia e Éfeso. Tradicionalmente,
acredita-se que foi em Roma que o apóstolo a escreveu. Se situarmos a escritura
desta carta próxima do encarceramento do apóstolo, a data seria por volta do
ano 62 d.C.
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